PRÉ HISTÓRIA DA AMÉRICA

A origem do ser humano na América é ainda um ponto bastante controverso na ciência histórica, em face da diversidade de hipóteses e da precariedade continente das fontes de pesquisa. Ainda assim, é conclusivo que o continente americano foi o último a ser ocupado pela presença humana. De acordo com a teoria mais plausível, pequenos grupos humanos de caçadores e coletores nômades, vindos da Ásia, atravessaram o Estreito de Bering durante as últimas glaciações, entre 20.000 e 10.000 a.C., em perseguição de fontes alimentares. A partir dessa teoria, o homem teria se desenvolvido no continente americano, de forma bastante variada, pois eram levadas em consideração as condições ambientais as fontes de alimentos e as relações sociais. As diferentes formas de relação do homem com o meio material resultaram numa gigantesca diversidade étnica, social, cultural e lingüística por toda a geografia americana.

No caso específico da denominada pré-história brasileira, podemos realizar, de forma pouco rígida, a seguinte periodização:

Período Características

PALEOÍNDIO
O mais antigo período formativo do Homem no Brasil. Nesta fase, que vai até por volta de 10.000 a.C., predominava o nomadismo, assim como a utilização de instrumentos de pedra lascada e ossos de animais.

ARCAÍCO
É uma fase transitória, entre 10.000 e 7.000 a.C., caracterizada pelo surgimento de uma agricultura rudimentar e da domesticação de animais. Os instrumentos já eram, em sua
maioria, de pedra polida.

FORMATIVO
Ocorre a difusão da agricultura e da sedentarização. Surgem atividades ligadas ao artesanato, à cerâmica, à cestaria e à metalurgia (em áreas restritas). As formas sociais tornam-se mais complexas.

PERÍODO
Pesquisas arqueológicas, geológicas, paleontológicas e linguísticas indicam que o continente americano começou a ser povoado entre 20 mil e 35 mil anos atrás, embora alguns pesquisadores proponham 50 mil anos.
Qual a origem dessas populações? Uma hipótese tradicional, atualmente refutada pela comunidade científica, estabelece que o homem americano é autóctone, isto é, surgiu no próprio continente. O autoctonismo vem sendo negado pelos especialistas, até porque não se encontrou na América nenhum fóssil anterior ao Homo sapiens sapiens.
Outra hipótese tradicional parte do princípio que os grupos humanos de características mongolóides ou pré-mongolóides, oriundos da Mongólia e da Sibéria (Ásia), penetraram no continente americano pelo Estreito de Bering há cerca de 12 mil anos. Na ocasião, este se encontrava emerso, formando uma gigantesca ponte de gelo e rocha devido à diminuição do nível das águas do mar produzida pela última glaciação, que terminou 10 mil anos atrás. Em sua maioria, os defensores dessa hipótese sustentam que o sítio arqueológico de Clóvis, situado no Novo México (Estados Unidos) com 11.500 anos, é o mais antigo do continente, negando evidências recentes que questionam essa afirmativa.



Uma terceira hipótese estabelece que o homem chegou à América em migrações esporádicas, navegando pelo Pacífico, vindo da Ásia, Polinésia ou Oceania. O movimento migratório por via marítima explicaria a existência de certas características australóides e melanóides entre os ameríndios. Além disso, ele poderia ter ocorrido antes da chegada dos grupos que atravessaram o Estreito de Bering. A hipótese apresentada no mapa teve o reforço de descobertas arqueológicas recentes em vários países latino-americanos. Assim, no sítio de MonteVerde (Chile), pesquisadores encontraram evidências de que grupos humanos viviam no local há 12.500 anos. Na Patagônia argentina, pinturas rupestres, pontas de lanças e restos de fogueiras permitiram comprovar a presença humana no extremo sul do continente há mais de 11.500 anos. E no Brasil, em Lagoa Santa (Minas Gerais), foi descoberto o mais antigo fóssil humano da América, datado em 11.500 anos.
Entre 1835 e 1845, pesquisando em grutas do município mineiro de Lagoa Santa, o naturalista dinamarquês Peter Lund descobriu os primeiros fósseis humanos no Brasil. Os esqueletos descobertos por Lund foram datados em cerca de 2 mil anos e ficaram conhecidos como fósseis do Homem de Lagoa Santa.
Em 1975, na mesma região, foram desenterrados o crânio e outros ossos de uma mulher que recebeu o nome de Luzia. Trata-se do mais antigo fóssil humano do continente, com 11.500 anos. Além disso, as características de seu crânio colocaram em xeque as teorias tradicionais sobre a presença do homem na América.
Outros sítios arqueológicos, de enorme riqueza, estão situados no Parque Nacional da Serra da Capivara, criado em 1979 e tombado em 1991 pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade. O parque fica no Piauí, no município de São Raimundo Nonato.
Pesquisas dirigidas pelos arqueólogos Niede Guidon e Fábio Parente revelaram a existência na região de mais de 250 sítios arqueológicos, com um acervo que inclui 30 mil pinturas rupestres. As figuras - signos, objetos, animais e pessoas - estão bem conservadas, graças à aridez do clima e à dificuldade de acesso ao local. Segundo a arqueóloga Niede Guidon, as pinturas foram datadas em pelo menos 20 mil anos, e os restos de fogueiras encontrados nos sítios, em mais de 32.500 anos. Se essas estimativas forem confirmadas, o quadro geral de povoamento das Américas dará um grande salto no tempo.


2 comentários:

  1. Marcelo Neto, 1° ano 03 - Acredito que a ideia mais correta é de que , o homem pré histórico chegou até a América através da travessia pelo , estreito de Bering onde eles vieram da Ásia nos últimos tempos da glaciação entre 20.000 e 10.000 a.c.

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  2. Muito explicativo mas a melhor teoria ainda é a da travessia pelo estreito de bering texto muito bom mesmo

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